A história de amor de uma garotinha de apenas seis anos por sua família tomou conta dos noticiários e dos jornais esta semana. Seu nome: Elena Desserich, de Cincinnati Ohio.
Elena foi diagnosticada com câncer no cérebro, já em estágio terminal. Os médicos lhe deram 135 dias de vida.
Para seu pai Keith, e sua mãe Brooke, a notícia foi devastadora. Gracie, sua filha mais nova estava prestes a perder sua irmã mais velha.
Apesar do tratamento, das visitas constantes ao hospital, os pais de Elena não quiseram que ela soubesse de fato o que inevitavelmente iria acontecer: Elena iria partir em breve.
Então eles elaboraram uma “to do list”; coisas que ela adoraria fazer. A imaginação deu asas e Elena surgiu com as mais diferentes atividades: dirigir um carro, nadar com golfinhos, conhecer a torre Eiffel (seu pai até hoje tenta descobrir de onde ela tirou essa última ideia)... Para sua irmã deixou um guia escrito sobre o jardim de infância e para seu pai, a tradicional dança entre filha e pai no casamento. Mesmo não sendo o seu casamento, Elena dançou com seu pai: ”Vai ser um dos momentos mais marcantes que tivemos jutos. Fui capaz de dançar com minha filha...” desabafou Keith.
O tumor era inoperável e no estágio final da doença Elena não podia mais falar. Se expressar suas vontades com a fala não era mais possível Elena encontrou um jeito muito especial de fazê-lo: escrevendo, desenhando e pintando.
Sua mãe cortava os papéis em forma de coração, quando estes acabavam ela usava “post it”, até os comprovantes do banco eram usados para escrever e desenhar mensagens como: Mamãe amo você, Papai, mamãe e Gracie, amo vocês. As mensagens se estenderam aos seus avós e até o cachorro de sua tia não foi esquecido. Quando não havia palavras, bastava um papel coberto de corações para se fazer entender: Elena amava muito a sua família.
O que mais emociona é que muitos dos bilhetes e desenhos feitos por essa garotinha, que adorava ler e pintar, foram encontrados após a sua morte. Faz dois anos que a pequena garotinha sucumbiu ao câncer após 255 dias feito o diagnóstico. Centenas de bilhetes foram encontrados, nos mais inusitados lugares. Não há dúvida de que ela os escondeu esperando que fossem encontrados.
O último foi descoberto essa semana no meio de velhos livros de culinária, que sua mãe folheava.
Hoje os pais de Elena entenderam que apesar da pouca idade e da tentativa de esconder o que acontecia, ela de algum modo sabia. Elena escondeu seus bilhetes por toda a casa: no meio dos livros, nos jeans de seu pai, nas suas gavetas, na escrivaninha, no criado mudo, em malas, no meio dos pratos da estante... “Cada vez que encontro um desses bilhetes é como se estivesse recebendo um abraço dela”, desabafa sua mãe.
Com o intuito de não deixar que Gracie esquecesse sua “big sister”, seus pais escreveram um diário, que agora se tornou livro, chamado Notes Left Behind. O livro reúne desenhos, cartas, bilhetes e tudo o que aconteceu com essa notável garotinha nos seus 255 dias após o diagnóstico. Todo o dinheiro arrecadado será destinado à organização chamada The Cure Starts Now, criada pelos pais de Elena, para a pesquisa do câncer.
“Elena sempre quis ser professora. Ela ficaria surpresa com fato de que o mundo tenha se tornado a sua classe de aula. Ela está ensinando lições valiosas para todo o país e para o mundo”, disse sua mãe.
Os pais dessa garotinha mantêm ainda seladas as últimas mensagens que Elena escreveu para eles. Sua mãe diz que essas cartas são um seguro/apólice. “Não queremos abrir porque queremos acreditar que nunca deixaremos de encontrar os bilhetes que ela nos deixou. Sabemos que o que ela escreveu é muito especial. E sabemos que suas últimas palavras estão lá...”
Em meios a notícias de guerras, homens bombas, fome, doenças, balas perdidas, é muito reconfortante saber que temos verdadeiros anjos e que eles estão mais perto do que imaginamos. Não precisa ter asas, auréola, nem andar sobre as nuvens. Basta apenas deixar mensagens de amor e esperanças escondidas, esperando apenas serem encontradas...
M. Reyes
Fotos : Divulgação
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