A festa é
brasileira, contudo o entorno não pertence mais aos brasileiros
Ir a NY no Brazilian Day, outrora era um sinônimo de local que agregava
brasileiros. A emoção de estar lá e de ser uma testemunha não só da festa, mas de
vibrar, mesclando orgulho ao fato de ser brasileiro, contudo estas alegrias de
outrora está cada vez mais distante. Ao longo dos últimos anos algumas emoções
do publico entraram em queda de identidade popular, e continua em queda, ano
após ano.
Depois de um Brazilian Day sempre se ouve dizer que tinha um milhão de
pessoas ou mais na festa em NY. Na verdade esta utopia e fixação por números de
alguns sempre foram para levantar o ego, “sei lá de quem”, da sem duvida maior “festa
brasileira pomposa’ fora do Brasil. Entretanto os bombeiros da cidade nunca
ratificaram que tinha tanta gente na festa do Brasil nas ruas em que o evento
ocorre. Eles contam por metro quadrado, logo, quantas pessoas cabem em cada
metro quadrado, depois disto estimam um numero.
Os brasileiros vão à festa, sem duvida, e formam uma grande massa
popular na Sexta Avenida, contudo tem muitos brasileiros que já não curtem mais
a festa com os mesmos olhos, apesar das renovações de publico a cada ano, pois
sempre se agregam mais jovens à folia de rua.
O que era uma festa brasileira de orgulho nacional, emprestado em solo
americano, virou uma festa multinacional, uns preferem dizer internacional.
Os brasileiros são a razão e os mentores principais da festa, ‘vão ao
evento’, contudo os organizadores perderam o foco nas suas origens, no nosso povo
e a na sua cultura, perderam o controle do conteúdo popular da festa. O show musical
é nosso, é nacional, 100% brasileiro, palco, música, apresentação, é tudo em
português. Também se não fosse a festa estaria totalmente sem vinculo tupiniquim.
Aquela história de saudade do Brasil, é uma coisa de 10 anos atrás, hoje
a grande maioria dos brasileiros que vivem aqui tem um transito constante entre
o Brasil e USA, só não percebe ou desconhece isso quem não viaja para o Brasil,
logo, o papo de artista que vem fazer show aqui para suprir o vazio no coração
da nossa população local já não cola mais, o ‘chavão’ precisa de uma renovação.
O que um dia já foi uma festa brasileira, hoje se limita a ser um ‘show
de dois artistas brasileiros’ na Sexta Av., ‘aberto ao publico’, com algumas
variações. Antigamente era tudo 100% gratuito, hoje já vendem ingressos para aqueles
que podem pagar um lugar privilegiado na ‘rua’, ‘camarote em local publico’. É a turma dos abadas que pagam caro para ter um
lugar privilegiado na festa, ao lado do palco.
O entorno da festa, as barraquinhas, a famosa e singular rua Little
Brazil, em Manhattan continua símbolo, ícone e orgulho dos brasileiros, contudo
no dia da festa já não têm mais nada haver com a nossa cultura. A festa nacional em solo americano é assinada
pela da Rede Globo e por João de Mattos (detentor dos direitos do evento), que
colocaram no palco da festa, nos shows, seus olhos nos últimos anos, e estão
matando as galinha dos ovos ouro, o ‘andar’ popular pelas ruas. A festa não
cresce e visivelmente está estaguinada. Ganhou alguns anéis novos nos dedos
como ‘lavagem de rua’, etc., mas não agregou nada mais ao dia a dia do evento. O
que um dia poderia ser 10 vezes maior do que já é hoje, se conforma e aceita o
que tem hoje, e perde a cada ano mais e mais publico. A festa que era para
trazer o Brasil para as ruas de Manhattan, traz só a sua população brasileira, enquanto
a sua cultura e culinária estão cada vez mais fora do evento
Não existe um espaço Brasil nas ruas, para a população transeunte conhecer,
matar a ‘saudade’, e circular no local como se estivesse dentro do Brasil. Não
se vende o Brasil na festa. Se ganha dinheiro com o Brasil, isso sim, e muito
diferente. Concordo e acho justo, afinal sem grana nada acontece! Mas por que
não vender o Brasil também? O churrasquinho de ‘gato’, sumiu, agora é o ‘Kekab’
de origem mexicano, turco, javanês, e o raio que rolar por lá, menos o nosso churrasco
de gato do Brasil. Arroz e feijão, prato típico brasileiro inexiste, pastel
nacional, tinha uma ou outra barraquinha por lá. Cachorro quente do Brasil, em
pãozinho Frances, com todas aquelas coisas que adoramos, inexiste, moqueca nem
pensar, uma picanha na chapa, um salsichão no pãozinho frances, etc. Nada, nada
mesmo, uma vergonha, para quem mesmo? Organizadores?
Não tenho nada contra outras etnias ganhar dinheiro na festa do Brasil,
mas na nossa festa só dá, chinês, turco, japonês, mexicano, coreano, peruano, árabe,
dominicano, etc, etc, e etc. O absurdo é tanto que estas outras etnias
totalmente em desconforme com a nossa festa se prestam a vender lençol de cama,
tapete turco, e outras porcarias mais em plena Little Brazil, na festa dos
brasileiros, no dia do evento.
A cada ano que passa a festa toma um rumo que está levando qualquer
pessoa que participa do evento para longe de uma identidade verdadeira do nosso
Brasil. O que tinha de Brasil nas ruas? Só o nosso povo e alguns turistas da
hora, de momento, o resto foi insignificante. Um fato que precisa ser
registrado é que incrivelmente as poucas barraquinhas heróicas que estavam na
festa difundindo o Brasil, estavam lotadas de gente, enquanto as outras de
outras etnias (não brasileiras) e que já fazem parte do contesto da cidade, já
tinham quase nenhuma ou muito pouca procura.
E depois ainda temos que ouvir dos organizadores que quem regulariza,
vende os espaços de rua para barracas é prefeitura de NY e que os organizadores
(Globo e João), não têm influencia ou poder de decisão nesta situação. Hum...rum,
só que há anos atrás nada disto era assim, o que mudou? Os organizadores
viraram as costas e perderam a sua influencia com os políticos locais? Afinal esta
festa é brasileira ou não, ou será que é só o show é nacional na Sexta Avenida?
Dissabores a parte: O Show Musical foi nota 10 para todos. Globo &
João de Mattos, no palco foi só sucesso, Zeca Pagodinho e Gustavo Lima deram
conta do recado com sobra, e não se esperava menos do que isso. Parabéns!
HBN –
Paulo Monauer
Fotos
Paulo Monauerwww.hellobrasilnews.com
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