Matéria Exclusiva by Paulo Monauer
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Reportagem Investigativa
'Onde está a ação dos direitos humanos, que deve ser pilotada pelo Consulado Geral de Boston, a Ministra Maria Helena Pinheiro Pena se diz impotente neste caso, por outro lado faz anos que o consulado não faz uma visita oficial para o Dadalto e sua família'.
Antonio Coco Dadalto Jr., está em dia com a justiça da MA e com a sociedade americana, pagou pelo suposto erro e cumpriu 12 de prisão em regime fechado, mas já deveria estar solto desde 2007, hoje em 2014, 7 anos depois ainda continua preso em Massachusetts, sem uma explicação convincente para família e para o próprio Antonio Jr que vive uma saga que parece não ter fim.
· O personagem Antonio Coco Dadalto
Jr.
Antonio Coco Dadalto Jr, nascido
em 04/05/1972 na pequena cidade de Afonso Claudio no interior do estado do
Espírito Santo, hoje (2014) já está com 42 anos. Em 1990, já com 18 anos, se
aventurou e fez sua via sacra pelo deserto e entrou nos USA pelo México, mas
não foi pego pela imigração e atravessou a fronteira sem problemas. Logo veio
se estabilizar em Somerville, e começou a trabalhar e fazer o que todo
brasileiro faz na América, tentar realizar o seu sonho americano. Ele foi à
primeiro da sua família a entrar nos USA. De lá para cá, já tem irmãos,
sobrinhos, cunhados todos morando nos USA, muitos de sua família são legais e
outros ainda esperam a chance de legalizar. Definitivamente os membros da
família Dadalto querem se estabilizar e viver nos USA. Os pais de Antonio,
também já são legais nos USA e hoje vivem uma ponte área entre o estado do
Espírito Santo/Boston/Orlando onde tem filhos.
· A tragédia
Antonio Jr., que leva o mesmo
nome do pai, em 1990, com apenas 18 anos e sem muitas experiências de vida e já
na América se envolveu com muitos amigos de vida fácil e viveram algumas
emoções mais fortes. O ápice de suas escolhas erradas se deu em 1995. Já fazia algum
tempo neste período que Antonio Jr. estava envolvido com o uso de maconha e
drogas. Tinha amigos americanos e brasileiros na época. E foi por uma triste e
infeliz situação que sua vida se tornou um inferno, consequentemente estendeu o
seu sofrimento para todos os seus familiares. Neste ano 1995 já com 23 anos ele
se envolveu em um briga com uma garota americana por causa de (drogas) maconha,
acabou espancando a garota. Ela se sentiu inferiorizada e foi à polícia,
denunciou Antonio. Ele foi preso, mais no meio do processo antes de ele ser
apresentado ao juiz na corte, a menina americana agregou a sua denuncia que
Antonio também a tinha a violentado sexualmente, este detalhe acabou com vida
de Antonio Jr.
· A Corte e o Julgamento
Ficou comprovado por pericia na
corte que não houve abuso sexual de Antonio na menina americana, conforme
relato dos e membros da família Dadalto, que acompanharam cada passo em todos
os momentos do julgamento junto com Antonio. Mesmo ficando comprovado que não
havia tido um abuso sexual neste caso a promotora do caso propôs um acordo, 12
anos de prisão e depois de cumprido a pena ele seria deportado imediatamente para
Brasil. O acordo por alguma razão foi aceito, na época, por conselho de
terceiros que estavam próximo a família e ao Antonio Jr. que seria a melhor
coisa a fazer no momento. Começou ai uma saga de sofrimento da família Dadalto.
Antonio Jr. foi condenado há 12 anos em cárcere privado em Massachusetts.
· A família Dadalto
Neste período de 12 anos a
família Dadalto cresceu aqui nos EUA, os irmãos se casaram, Antonio tem hoje várias
sobrinhas americanas, e o Antonio pai e sua mãe Xirle, ambos hoje com mais de 74
anos e aposentados no Brasil se legalizaram nos EUA não por opção, mas por
necessidade de estarem próximos ao filho preso e aos netos, com este objetivo intensificaram suas vindas para os EUA, e
neste período de 12 anos contaram cada dia do filho na cadeia e fizeram uma
contagem regressiva para ver seu filho solto da cadeia. Foram mais ou menos 4224 dias contados um a
um, esperando a hora de ver Antonio Jr. livre da prisão e não foi. Já se passaram
mais 2464 dias extras pena e ainda nada de liberdade para Antonio Jr. Foram
inúmeras visitas a prisão, sempre que podiam, ficaram o mais perto possível do
filho, que por conta da justiça americana cometeu um crime e precisava pagar
por ele, mesmo que a família divergisse da sentença e da condenação. Muito
dinheiro foi gasto neste período com advogados e viagens, a família perdeu a
conta de quanto já gastou neste processo todo do Antonio Jr, um sacrifício não
só financeiro de todos, mas também emocional ao estremo.
· Antonio Jr, o condenado
Nestes 12 anos sofreu muito,
nunca se conformou com a condenação, nunca se conformou com a pena dura de 12
anos de cadeia, nunca se conformou com o acordo feito no tribunal, nunca se
conformou de perder anos sagrados de sua vida encarcerados em uma cela. Sem
opção e muitas vezes revoltado com a situação teve que aceitar tal sofrimento
isso o tornou um homem de pavio curto na cadeia, onde a lei do mais forte
prevalece e teve algumas brigas comuns nas cadeias por onde passou, contudo
nada sério ou que merece um novo julgamento ou coisa do gênero, para uma nova
condenação por tais atitudes. Neste período de 12 anos de cadeia Antonio Jr.,
já passou pelas cadeias de: Cambridge, Bellirica, Concord, Shirley, Gardner,
Walpole, Bridgewater, isso por que sistema prisional Americano funciona em
forma de rodízio, ou seja, transfere o preso para ele não se enturmar ou fazer
Ganges dentro do presídio, de tempos em tempos estas transferências são
corriqueiras.
· O fim da pena, finalmente chegou
o dia de ser solto
O fim da pena de Antonio Jr. foi
em 2007, depois de 12 anos preso, chegou o momento de ser solto e deportado,
para o Brasil. Família eufórica, Antonio ansioso, em fim um momento especial
para todos, começava ali o fim de um pesadelo e o inicio de um outro ainda
pior, eufórico por uma nova vida uma nova situação para Antonio Jr. Não
continha sua ansiedade, afinal foi preso com 23 anos e agora já estava com 35
anos (2007), nem tudo estava perdido e ainda tinha muito tempo para reorganizar
a vida, construir uma família e com a ajuda da sua própria família se
reintegrar na comunidade, até por que tudo isso se daria lá no Brasil, uma vez
que Antonio ao ser condenado assinou uma carta de deportação espontânea, bem
longe do local onde traz para Antonio tantas lembranças ruins.
· A surpresa, a dor, o sofrimento
Antonio não foi liberado, depois
de cumprir a pena. Foi levado para um tribunal novamente, e acusado de ser uma
‘pessoa sexualmente perigosa’, e logo não poderia sair a ruas, por que
representa um perigo para sociedade americana. Os pais e toda a família de
Antonio se revoltaram com a situação e
negam tamanha agressividade do filho, contestam a ação da corte e não entendem
a acusação e por que estavam segurando Antonio. A juíza que cuida do caso alega
que se Antonio sair da prisão pode ser um perigo para os americanos, mesmo
sendo deportada para o Brasil, ela teme que ele volte para os EUA uma vez que têm
parentes aqui e que ele volte ser um perigo para sociedade americana. Paralelo
a tudo isso, a promotora do caso quer agora provar que Antonio Jr. tem
problemas mentais, e por isso ele deve ficar preso para ser tratado, e hoje ele
se encontra no presídio psiquiátrico; Mass Treatment Center que fica na 30
Administration Rd em Bridgewater, MA - 02324. Ele pode ser visitado por
qualquer pessoas sem restrição desde que ele queira receber a pessoa, não
precisa fazer apontamento para isso, os dias de vista são todas as
sextas-feiras, das 17hs30min as 20hs30min, nos sábados o horário é das 13hs as
20hs30min e nas segundas-feiras das 13hs as 17hs. Não é necessário ligar
previamente.
· O inaceitável; quase 7 anos
depois de ter cumprido a pena o brasileiro Antonio Jr. ainda continua preso até
hoje
Hoje o caso esta da seguinte
forma. Os pais de Antonio contrataram um advogado, já pagaram mais $23 mil
dólares para ele cuidar do caso. A justiça de Massachusetts já tentou marcar
uma nova corte para tentar segurar Antonio preso, para isso à promotora pediu
duas analises de psiquiatras para avaliar o Antonio, as duas analises tiveram
como resultado que ele tem problemas mentais, o advogado de defesa, por outro
lado também pediu duas analises de psiquiatras, e os dois foram categóricos em
afirmar que Antonio é normal não tem problemas mentais. Fora a tudo isso tem a
questão legal de Antonio que não é cidadão americano, logo se já cumpriu a se
precisasse de algum tratamento não pode ficar sob a tutela do estado de MA para
receber este tratamento, caso seja confirmado sua a necessidade e mesmo que for
confirmado que tem problemas deveria ser deportado e poderá se tratar no Brasil
em liberdade. A luta nos tribunais continua e parece sem fim, e enquanto isso o
brasileiro Antonio continua preso, e sem direito a voltar para seu país, o
Brasil, para o colo de sua família. Sua dívida com a justiça americana esta
paga, com juros e correção monetária, isso representa mais 7 anos depois de
cumprir a pena ainda está preso. Contudo a pergunta latente da família é já
cumpriu mais de 7 anos extra para a pena de 12 anos sendo que esta há 19 anos presos não é o suficiente? Os pais a família
alegam que ele é normal e o visita regularmente na prisão, falam com ele no mínimo 3 vezes por
semana por telefone, e só que querem ver Antonio livre deste pesadelo, antes
que ele fique louco de vez com esta situação que estão impondo injustamente
para ele. A família já não tem mais um centavo para gastar. Os pais já se
desfizeram de propriedades no Brasil para pagar advogados e outros custos para
tentar tirar Antonio desta situação, eles já não tem mais um centavo para
gastar, e estão todos cansados e desesperados, não sabem mais para quem vão
recorrer, estão todos gritando por socorro, por qualquer ajuda
· A luta por ajuda, o que fez o
consulado até aqui
O consulado do Brasil em Boston,
já foi acionado, há muitos anos neste caso e a antiga funcionária do consulado,
Maria Socorro já vinha acompanhando o caso por anos a fio, mas foi
transferida. A nova encarregada do
consulado depois dela foi a Samira Martins, agora o encarregado dos presos em
Boston e o agente consular Glênio Bongilo (funcionário administrativo sem
carreira diplomática) que também nada fez nesta caso, a Ministra Maria Helena
perita em ajudar os outros, em assistência humanitária até já premiada pela
ONU, porem neste caso disse estar com as mãos amarradas e que diplomaticamente
não pode fazer nada por Antonio, apesar de achar a situação um absurdo. Seu
Antonio pai, se reuniu inúmeras vezes com membros do consulado para estudar
novas estratégias de ação para deportar seu filho para o Brasil e acabar com
este sofrimento, mas nenhuma destas tentativas funcionou parou na diplomacia.
Neste período depois que Antonio Jr. cumpriu a pena, o Sr. Antonio pai, já
bateu na porta de Fausto da Rocha, na época em que este era atuante pela
comunidade no Centro do Imigrante Brasileiro, ele disse que pouco ou quase nada
poderia fazer neste caso. Sr. Antonio pai chegou a cumulo de pagar uma passagem
e estadia para o ativista do PT Jorge Costa, ir a Brasília para tentar uma ação
política e diplomática no caso, estava desesperado e aceitou investir em
qualquer pingo de esperança, mas Jorge Costa também não ofereceu nenhum retorno
e sua influencia praticamente inexiste. Já tentou por conta própria falar com políticos
influentes no Brasil, e recebeu o apoio e a solidariedade de todos, mas nada de
prático e efetivo foi feito. Seu filho ainda continua preso.
· Hoje o que esta sendo feito
Em uma luta que parece não ter
fim nunca, seu Antonio pede e aceita a ajuda de quem for possível para ajudá-lo
neste caso. Quer seu filho solto livre lá no Brasil, pra ontem. Ele esta mais
uma vez confiante em uma ajuda diplomática para este caso e para isso, está sempre
acreditando no trabalho eficiente que o consulado do Brasil em Boston vem
desenvolvendo sem resultados há anos,porém ele acredita que vai ter uma ajuda
diplomática significativa para solucionar o caso de seu filho um dia e não
perde as esperanças de lutar pelo filho. Este caso precisa ir para a TV Americana,
Jornais Brasileiros, Programas de TV no Brasil, Fantástico, Boston Globe, etc.
Precisa de barulho e muita divulgação, quem sabe a coisa não se resolve. Os
pais estão velhos cansados de ficar calado e sentem que se não agirem logo seu
filho pode morrer na cadeia por aqui, de puro desgosto com a vida, sem nenhuma
razão obvia para este confinamento. O estado de Massachusetts alega que pode
manter Antonio Jr. preso pelo tempo que desejar, mesmo ele já tendo cumprido a
pena dele, tanto que ele esta 7 anos preso depois do fim da pena é só
enquadrá-lo como perigoso para sociedade. A lei é clara em Massachusetts, mas
ninguém entende que lei é esta. Isso parece ditadura militar, não uma
democracia. Deportem o Antonio Jr. Para o Brasil. Os pais pedem para que a
comunidade toda ore por Antonio Jr. e
para que a juíza que detém o caso possa amolecer seu coração e deixar seu filho
voltar para o Brasil, afinal sua divida aqui já esta paga e muito bem paga, com
7 anos de juros extras. É inaceitável que a diplomacia brasileira tente abafar
o caso, como o vem fazendo há anos, ninguém quer falar do caso, parece segredo
de estado, enquanto isso o tempo passa para Antonio Jr. E há 19 anos o sol
nasce quadrado para ele. Nós da redação do Hello Brasil Boston News, já temos
conhecimento deste caso há mais de 2 anos, e em respeito a família e aos pais de
Antonio Jr, nunca publicamos este caso, pois a prioridade é de quem esta
sofrendo, de quem esta preso, da dor familiar. Porém hoje é o dia do basta. O
mundo precisa saber que tem um brasileiro indocumentado confinado há mais de 7
anos no Estado de Massachusetts, em dia com as leis americanas sendo impedido
de voltar ao Brasil. Esta situação faz Antonio morrer um pouco mais a cada dia,
seu ego, sua crença em justiça, esta indo para o espaço, seu humor, pois se isso é justiça o que será injustiça
neste mundo. A família Dadalto implora a quem puder ajudar, dinheiro eles não
tem mais, agora eles precisam de solidariedade mesmo; ‘por favor’, ajudem o Antonio Jr a voltar para casa.
HBBN – Paulo Monauer
Fotos Reprodução do Álbum da Família
– Paulo Monauer
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