Na verdade
todo o brasileiro desconhece um serviço diplomático do Brasil até um dia sair
do Brasil e precisar dele. A visão que todo brasileiro tem da diplomacia
brasileira em um primeiro plano, falo de quem nunca saiu do Brasil, é que ela
existe para estreitar relações e mediar negócios internacionais de interesses
do Brasil e dar um suporte aos brasileiros no exterior, entre outras coisas, o
que não deixa de estar em parte certo, até por que os serviços diplomáticos vão
bem mais longe que isso. O Brasil era um país pequeno, insignificante e sem uma
projeção mundial até bem pouco tempo atrás. Hoje tudo mudou e nós brasileiros
temos um espaço respeitado fora do Brasil. Com isso a diplomacia brasileira foi
obrigada a crescer no mundo, inclusive em Boston, por isso temos um prédio que
podemos chamar de mini embaixada, no coração de Boston com quatro andares
exclusivos, inteirinho do consulado.
O que era
antes uma ‘caixa de pandora’ para os brasileiros, falo do trabalho diplomático,
que é composto por pessoas bem formadas, poliglotas, algo tipo assim um ser
superior (visto pelo ângulo diplomático), virou uma banalidade no nosso meio
aqui em Boston. Até por que os diplomatas poliglotas, bem educados e bem
formados, ‘aqueles seres superiores de antigamente’, hoje têm uma realidade profissional
dura e crua que ainda não conseguiram digerir e nem aceitar. Eles precisam
trabalhar não somente com pessoas de alto nível social, turistas estrangeiros que
vão ao Brasil, empresários internacionais, mas sim com o povo brasileiro que
vive no exterior, estes (o povo brasileiro) não por que estudaram, mas por
necessidade também são poliglotas na sua grande maioria e muitos são
extremamente bem sucedidos financeiramente e por incrível que pareça nem nível
colegial completaram no Brasil. O que circula mesmo na casa consular de Boston
e faz o movimento dela é a comunidade brasileira local, logo, o diplomata que
estudou línguas, se formou na faculdade, sonhou em trabalhar no exterior em ter
uma carreira promissora fora do Brasil, cai na realidade, que o serviço que
mais rola no exterior, pelo menos aqui em Boston é dar assistência a
brasileiros e estes na sua grande maioria são de um nível educacional inferior
ao seu de diplomata, o que causa um desconforto ‘besta’ a alguns diplomatas.
Por conta
disto tem muito diplomata que foge da comunidade brasileira local, pois não se
identifica com o seu povo, com suas origens, com sua comunidade no exterior,
até por que se acham superiores a grande ‘ralé’ que vive por aqui e já vi
alguns diplomatas desdenhando da comunidade pela sua simplicidade. Os
diplomatas para se livrar do contato direto com o povo que vive em Boston, usam
um escudo, que são chamados de funcionários administrativos, que fazem o ‘serviço
sujo do consulado’ que é atender os brasileiros. Pois um diplomata brasileiro
acha uma humilhação ter que atender em um balcão de frente consular e pegar um
brasileiro analfabeto que muitas vezes vive há anos por aqui e é um vencedor e
um desbravador brasileiro no exterior, do outro lado do balcão. Entretanto este
diplomata só esta aqui por que este e outros brasileiros estão aqui.
O Consulado
de Boston tem uma média de 10 diplomatas e às vezes alguns diplomatas
encostados (só vem para se beneficiar de um curso ou estudo ou uma missão
temporária) e mais uns 20 e tantos funcionários administrativos. A grande
maioria, ou melhor, na sua totalidade dos diplomatas que trabalham em Boston a
comunidade desconhece e nem sabe o seu nome ou função consular. Tudo fica
dentro da ‘caixa de pandora’ é um segredo consular. Um erro, pois cada
diplomata que chega neste consulado de Boston a comunidade brasileira local
deveria saber o seu nome e qual sua função consular. Deveria ter uma lista dos
diplomatas lotados em Boston na página do consulado na internet.
Só a titulo
de comparação, para podermos ver a queda que atingimos; Antigamente em Boston
quem visitava presos e cuidava deste assunto sempre foi um diplomata de
carreira, afinal parte dos seus estudos diplomáticos é a ‘cadeira de direitos
humanos internacionais’, e ele diplomata depois de formado e trabalhando no
exterior está apto profissionalmente para ser um fiscal destes direitos quando
tem um brasileiro preso, seja em que situação for, preso de imigração ou pelo
crime mais hediondo que existe. Hoje os diplomatas de Boston também acham uma
humilhação visitar presos, salvo quando podem ter uma projeção profissional com
algum preso, aí tiram todo mundo da frente e tomam a dianteira do serviço,
porém como estas são circunstancias raras os diplomatas de Boston usam um
escudo profissional para fazer este serviço mais uma vez, os ‘funcionários
administrativos’ que não tem gabarito profissional para detectar e cobrar com
nobreza os direitos dos brasileiros presos. Neste desvio de função e de funcionários
para cobrir obrigações diplomáticas fora do prédio consular eles os diplomatas
aproveitam o fato para engrossam o coro mais uma vez quando reclamações da
comunidade chegam aos seus ouvidos referentes ao atendimento, o chavão é sempre
o mesmo; faltam funcionários no consulado para o atendimento ao público no
balcão. Se este é fato real e concreto, neste caso poderíamos ter diplomatas
atendendo na frente, os guichês, uma vez que a prioridade do consulado de
acordo com sua cartilha de regras consulares é o atendimento ao brasileiro.
Diplomata e
Comunidade precisam viver em harmonia sem barreiras, um depende do outro. E o melhor
jeito é achar um bom senso para intermediar tudo isso. Mas os diplomatas
precisam descer do salto alto que se encontram. A ditadura já acabou há anos e
uma nova realidade precisa ser introduzida no meio diplomático, apesar de que a
maioria dos diplomatas brasileiros são do tempo da ditadura, logo e plausível,
porém é inadmissível dentro da nossa realidade que ainda tragam alguns vícios
de trabalho e postura daquela época.
O consulado
vai receber uma nova consulesa em janeiro/2015, Grivania Oliveira está será sua
primeira casa diplomática fora do Brasil, onde ela será a autoridade máxima.
Todo o suporte será dado a ela pela comunidade e pela mídia, ela merece uma
carta branca para impor seu ritmo de trabalho. Contudo já entra com desafios
que precisam ser resolvidos com urgência referente a serviços junto à comunidade
brasileira local como:
·
Brasileiros
presos na jurisdição consular
ü Quantos presos têm na imigração
ü Quantos presos criminais
ü Quantos destes são homens
ü Quantos são mulheres
ü Qual é a periodicidade de visitas aos presos
ü Qual o telefone direto do consulado para os
presos ligarem e pedirem suporte
ü Neste mês de dezembro o consulado vai
distribuir cartões telefônicos para os presos ligarem para suas famílias, como
já fez em outros anos?
ü Por que alguns presos estão recebendo
regalias e tratamento diferenciado e outros não
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Consulados Itinerantes
– Qual a programação para 2015
·
Atendimento
do telefone no consulado – Nunca ninguém atende e não existe caixa de mensagens
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Cartel dos
despachantes do consulado – Quando vão abrir este serviço para qualquer
profissional se cadastrar – os preços cobrados por alguns despachantes é
exorbitante, têm despachantes vendendo por mais de $10 mil dólares sua
inscrição no consulado
·
Conselho de
Cidadão – Precisa colocar um basta em quem quer ganhar dinheiro e influência na
função
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‘Open House
Consular’ para aproximar o consulado da comunidade – Apresentar o consulado a
casa brasileira para quem quiser conhecer
·
Aumentar o
horário de atendimento ao público se possível for
·
Abrir um
sábado por mês para atendimento ao público – isso facilitaria para inúmeros
brasileiros que trabalham nos dias da semana– O consulado poderia trocar um dia
de trabalho da semana por um sábado por mês, para não onerar os custos
consulares
HBBN – Paulo
Monauer
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