Lavei o
carro, dei uma boa limpada por dentro e fui para as ruas, brincar com os
aplicativos que permitem você dar uma de taxista em Boston. Comecei a coisa com um garotinho de no máximo
12 anos, que ao chegar para pega-lo, logo disse; ‘Posso mover o banco para trás
um pouco e sentar na frente’, olhei para o garoto e mandei ver; ‘Não acho
melhor você sentar atrás’. O garoto nem reclamou e foi para o banco de trás e
logo ao entrar no carro disse ‘Nice Car’, agradeci. Logo ali na frente uma
peguei uma menina de no máximo 15 anos, dei uma furada no caminho que levaria
para sua casa e prontamente ela me corrigiu e lá estava eu no caminho certo.
Logo depois peguei um homem trabalhador, suas roupas era de trabalho, mas ele queria
falar, conversar. Seu bafo erra horrível, a primeira coisa que fiz abrir mais o
vidro do carro. Nesta altura já estava longe do movimento rotineiro de pegar
clientes, Boston, ou seja, do grande centro, estava enfiado em um bairro
qualquer a 30 minutos do foco de muitos clientes. Mesmo assim dei sorte peguei
outro cliente, fui parar em Peabody. Ual $25.00 em uma só corrida! De repente
lá estava eu na Rota 1 no terminal de ônibus. Uma mulher sozinha, com boa
aprencia, no meio de um breu danado sentada em um banco, com uma pequena mala,
morrendo de medo. Logo me disse; ‘Hei obrigado por me pegar, estava com muito
medo ali sozinha, sou da Califórnia era suposto alguém vir me pegar aqui e não
veio’, conversa vai conversa vem ela ficou em Danver no Double Tree Hotel. E lá
estava eu mais longe ainda de onde eu poderia pegar bastante clientes, pensava comigo
mesmo. Porém fui solicitado novamente para ir a Peabody, em uma tal Rua pequena
do tipo ‘Ln’. Era uma noite fechada, quando chequei perto da tal rua me deparei
com um bosque estranho que tinha umas pequenas ruas que permitiam um carro
passar, se tivesse dois carros andando um teria que parar, me enfiei no mato ao
mesmo tempo em que dizia para mim mesmo, se estou aqui vou até o fim, afinal o
GPS esta funcionando. Confesso a rua era macabra, e o coração batia forte, acho
que era medo mesmo. Chequei na tal ‘Ln’ uma rua apertada à vegetação quase
batia nas portas do carro, mas tinha asfalto na rua, vi uma pequena caixa de
correio e uma casa com uma luz lá meio do mato, pensei ter chegado, mas não era
meu destino, fui em frente naquela ruazinha, coloquei o farol alto, e logo ali
na frente um homem parado na beira da rua com um casaco do exercito tipo
aqueles de camuflagem, o cara era meio magro alto, eu não sabia o que fazer, e
disse para mim mesmo não vou parar, passei pelo sujeito e nem dei bola, logo
ali na frente a menos de 50 metros era o fim da rua, e tinha uma trila de terra
batida que entrava mato adentro. Pensei rápido preciso fazer a volta, e fiz com
uma maestria e rapidez invejável de quem estava tremendamente apavorado. Quando
posicionei o carro para voltar naquela rua estreita, o homem estava ali do
outro lado da rua me esperando com o telefone no ouvido, tenso fui devagar e
parei o carro para o homem entrar no meio do mato, no meio do nada, escuro e
sem uma alma por perto, sem luz, sem nada. Ele entrou e levei o sujeito no centro
de Peabody, no meio do caminho ele pediu desculpa pela escuridão do local e
disse que vivia ali. Quando sai do tal bosque e vi a civilização me senti mais
confortável. Logo depois, peguei mais um passageiro até Saugus, e depois
Somerville e voltei à zona de conforto perto do centro de Boston. Logo depois peguei duas meninas em uma das muitas faculdades que
tem Boston, e logo que entraram no carro uma falou comigo; ‘Estou muito feliz
minha amiga aqui esta de aniversário hoje’. Cumprimentei a aniversariante e segui
prestando atenção no trafico, mas percebi que elas pulavam moderadamente no
carro e se abraçavam estavam radiantes e felizes, fizeram um vídeo uma dando os
parabéns para outra. Tudo isso não faz parte do meu contexto diário, uma coisa
incomum para o meu dia a dia. Contudo tive mais e mais experiências neste dia e
não demorou muito lá estava eu com um novo passageiro. Minha experiência no
ramo de taxista nas horas vagas foi pra lá de divertida, cheia de emoções, e tive
muitas outras que não tenho espaço para e nem tempo para contar aqui. Sabe de
uma coisa quando fui embora percebi que tinha faturado $280 dólares. Nada mal
para 5hs e meia de trabalho, gastei uns $10 dólares de gasolina. Acho que vou
brincar mais de taxista nas horas vagas.
Boa semana!
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