Na verdade a
idade chega para todo mundo. Eu ainda não usei os recursos para amenizar meu
tempo de vida, visto pelo ponto de vista da aparência facial. Cultivo
carinhosamente e sem nenhuma vergonha meus ‘pés de galinha’ que ao sorrir
ganham algum destaque no meu visual. Na verdade em alguns casos tenho percebido
que eles são os balizadores de quem me vê pelo lado da aparência. E logo de
alguma forma vem o comentário; o tempo esta passando para ele. Para quem não
passa? Alguns tentam esconder, tentam reconquistar a sua auto-estima de se
olharem ao espelho e com isso se sentirem mais atrativos aos olhos de outras
pessoas e aos seus próprios olhos, e para isso buscam os recursos disponíveis
no mercado de hoje ao qual todo e qualquer mortal tem acesso, inclusive eu, a custos
baixos como; um botox, uma plástica, uma infiltração, um preenchimento, etc.
Pronto! Depois de alguns destes procedimentos seu visual ganha um novo e às
vezes fantástico estimulo. Tudo dentro do previsto, do aceitável, do normal, do
cotidiano.
Tenho que
reconhecer que algumas pessoas usam destes recursos muito cedo, aos 30 ou 40
anos já são clientes conhecidíssimos de salas e clinicas que proporcionam tal
alegria visual. Estes às vezes aos chegarem aos 50, 60 anos já esgotaram suas
chances de dar um retoque sutil, sábio, delicado e muito propício na sua estética
visual, e por serem assíduos neste tratamento desde uma idade precoce, quando
chegam para lá dos 55 anos de vida, começam a se expor ao ridículo de tanto que
já espicharam a pele e deformaram seus rostos a procura de um rejuvenescimento
fabricado por uma cirurgia plástica, ou qualquer outro tratamento desta
natureza.
Sinceramente,
eu aprecio minhas rugas que se formaram no decorrer dos anos no meu rosto, me
dou bem com elas, ainda não entramos em conflito ou luta. Não me envergonho
delas, elas fazem parte da minha vida, do meu ser, do meu eu. De alguma forma
elas me lembram que já andei bastante nesta vida, muitos homens se foram desta
vida sem conhecer as suas.
Inúmeras
vezes só descubro que o tempo esta passando para mim ao me olhar no espelho,
não que isso acabe com minha auto-estima, mas me dá consciência de onde estou,
no relógio do tempo, e isso e muito bom, trás você para sua realidade. No
decorrer de cada dia, no meu trabalho, nas minhas atividades normais e exercícios
físicos, não percebo este desgaste da idade. Acho-me hoje muito superior ao que
fui com meus 20, 30, 40 anos, no conjunto; mente e corpo. Nunca admiti, ou
pensei de como seria bom voltar o tempo. O que vivi, vivi!! Porém tenho certeza
absoluta que hoje vivo melhor do que já vivi. Minha mente e meu corpo trabalham
juntos há anos, e nesta caminhada descobri que eles se amam como ninguém e eu
adoro os dois. Quem destoa de tudo isso, a parte rebelde do meu conjunto, é a
minha aparência facial, o rosto, ele se rebelou e me sinaliza que o tempo
passou. Porém meu corpo e mente não sentem este desgaste.
Poderia
falar da minha barriguinha, ou como dizem alguns amigos mais próximos, da ‘azeitona
que engoli’, está é parceira de longa data. Ela está do mesmo tamanho desde
meus 28 anos, logo faz parte do meu contexto físico. Poderia falar dos meus
cabelos; estes começaram a debandar sem um prévio aviso aos 24 anos. Acho todos
os que desertaram da minha cabeça são uns covardes. Aos 40 e poucos anos como
eles os cabelos persistentes estavam em muita desvantagem perto dos desertores,
resolvi dar um fim e sacrificar os que ainda persistiram em ficar no meu couro
cabeludo. Pronto, raspei a cabeça, e dei um fim nesta turma, estão fora do meu
visual, ganhei deles. Barriguinha, cabelos ou não, nada disto nunca foi motivo
de colocar minha auto-estima para baixo, pelo contrário, me sinto bem com estas
‘deficiências visuais’, que a sociedade pregar ser.
Porém na
face, a parte mais exposta do corpo de qualquer pessoa, a sociedade de hoje abusa
na transfiguração. ‘Rugas são coisas do passado, de quem não se ama’, muitos pregam
e dizem isso. ‘Tire elas fora!’ Será?
Beleza visual vem à frente de qualquer pessoa, ou de quase todas as
pessoas, as mídias sociais que o digam. Porém ter rugas é bonito também. Ter
rugas não significa ser feio, não ser charmoso ou atrativo aos seus próprios
olhos ou aos olhos de uma mulher, pense nisto.
Gosto muito
mais da minha mente e do meu corpo (somos cúmplices), do que da minha aparência
visual, minha riqueza maior esta na parte interna, nos meus sentimentos, no que
aprendi nesta vida com altos e baixos, com alegrias e tristezas. E a sua onde
esta? Não digo e seria um tolo ao afirmar que pelo fato de você maquiar sua
face com uma boa plástica, condiciona você a ter um interior ruim ou ser
possuidor de uma alma não boa. Claro que
não. A minha intenção e mostrar que os dois podem conviver associados,
plásticas e rugas... Ambos podem e dão
prazer, mas existe alegria e muita alegria em quem se mantém original de fábrica,
na verdade estes eu acho que de alguma forma deveriam ser mais valorizados no
mercado, pela autenticidade do seu contexto, ou seja, não sofreram alterações
que desconfiguraram a sua originalidade facial; Matthew McConaughey e Richard
Gere entre outros que o digam. Logo tem espaço para todo mundo, porém gostaria
de deixar claro, que fazer um retoque quando a lataria chegar ao seu limite, não
é um pecado e sim um estado de conservação pelo desgaste do tempo, claro tudo dentro
de um bom senso. Quem sabe ali na frente não chega a minha hora ou a sua,
apesar de que me sinto muito confortável como estou, entretanto tudo é possível,
tanto para você como para mim.
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