Saturday, January 11, 2014

Espaço do Leitor - Embaixador Fernando Mello Barreto - Paulo Monauer

Espaço do Leitor do Hello Brasil News!
 

Prezado Paulo Monauer, 

De férias em Boston para visitar a família, li a matéria que você publicou na edição 128, datada de 16/12/2013 e intitulada “Consulado de Boston”. Como a matéria cita o meu nome repetidamente, permito-me esclarecer alguns pontos nela contidos.

Em primeiro lugar, gostaria de expressar meu desapontamento com o teor geral da matéria, muito negativo sobre as novas instalações do Consulado para as quais tanto trabalharam os funcionários do Consulado na minha gestão, na gestão interina e na atual, todas com amplo apoio da comunidade brasileira e das autoridades em Brasília. Não creio que tal negativismo seja benéfico para o moral de todos os que tanto trabalharam e trabalham para a contínua melhora do Consulado.

Em segundo lugar, a matéria deixa de reconhecer as enormes vantagens trazidas para a comunidade pelas novas instalações. Basta lembrar que os brasileiros não mais estão sujeitos a apresentação de documentos para ingresso no Consulado como antes; que agora contam com espaços mais amplos, modernos e arejados; que são atendidos na mesma visita para todos os serviços de que necessitam; que podem deixar suas crianças em espaço especialmente destinado a esse fim com mesinhas e cadeirinhas infantis; que dispõem agora de banheiros masculinos e femininos sem necessidade de obtenção de chaves etc. Isto tudo significou esforço administrativo e financeiro por parte do governo brasileiro em momento de contenção orçamentária.

Gostaria agora de passar a pontos específicos.

Setores comercial e cultural

Entre as muitas promessas a mim atribuídas encontra-se a de que, no quarto andar do novo prédio, haveria “um setor cultural e comercial para uso do consulado e da comunidade, e seria um espaço para incrementar o programa de bolsas de estudos da Presidente Dilma”(sic). Segundo sua matéria, esta idéia teria sido “abortada”, desconhecendo-se para que fim estaria sendo usada, mas a comunidade não pode usar este espaço legítimo dela para atividades culturais” (sic). Sua conclusão é de que o “Projeto foi refugado pela Ministra” (sic).

Cabem aqui alguns esclarecimentos. O primeiro é o de que a criação de setores comercial e cultural, por aumentar gastos públicos, depende de autorização de Brasília e não apenas de uma recomendação do Cônsul em exercício. Em segundo lugar, tais setores são criados nas embaixadas e consulados para a promoção de exportação de produtos e serviços produzidos no Brasil e para a divulgação da cultura brasileira por meio da vinda do Brasil de exposições, artistas, músicos, filmes etc. Não se trata, portanto, de projeto voltado à comunidade brasileira a qual porém dele pode se beneficiar ao ver o País mais presente por meio de seus produtos e serviços ou de sua cultura. Em terceiro lugar, cabe ressaltar que o programa de bolsas de estudos do governo (Ciência sem Fronteiras) desenvolveu-se enormente no Consulado neste últimos meses, graças à dedicação da funcionária contratada para esse fim, instalada, aliás, num dos andares superiores do novo edifício.

“Maquinário interno e atendimento”

Sob o título acima, sua matéria contem afirmações categóricas sobre temas tais como leasing de computadores, sistema telefônico e atendimento.

Computadores

A mim é atribuída a promessa de um “novo contrato de leasing com uma companhia de computadores e afins, isso vai sempre nos permitir ter sempre um equipamento de ponta, para o atendimento”(sic). De fato, o contrato foi assinado ainda durante minha gestão, graças ao apoio de Brasília, e os computadores hoje são muito superiores aos de antes. Consequentemente, o consulado se beneficiou desse novo equipamento. A acusação de que “os equipamentos são de baixa qualidade” certamente não se aplica a tais computadores. Há no texto menção a “aparelho que foi disponibilizado ao uso público e de uma baixa qualidade extrema”. Difícil saber a que equipamento a matéria se refere. Se disser respeito a equipamentos que compõem o Sistema Consular Integrado, estes devem necessariamente seguir o padrão de todos os demais consulados, não podendo ser objeto de leasing local.

Sistema telefônico

A mim é atribuída frase segundo a qual o “atendimento do telefone” seria, no novo edifício, “problema do passado”. Acabo de visitar, pela primeira vez, as novas instalações do Consulado e posso testemunhar contar este agora com novos aparelhos e sistema telefônico moderno e eficiente. Tal como em outras repartições consulares junto a comunidades numerosas, o volume de chamadas não permite infelizmente atendimento sem intermediação de gravação preliminar esclarecedora de pontos frequentemente demandados. Observo, no entanto, que o consulado conta agora com um funcionário em um andar superior dedicado exclusivamente ao atendimento telefônico após o final da gravação.

Atendimento

A mim é atribuída promessa de que no novo edifício os funcionários não mais seriam especializados e que, portanto, o público não mais teria que agendar encontros diferentes para ter suas necessidades atendidas. Nesta minha visita a Boston, constato com prazer estar em pleno funcionamento este novo sistema, que exigiu treinamento e muito esforço de adaptação de funcionários antes acostumados a tratar apenas de um assunto.

Outros temas

Bandeira e escudo

Recordo ter me comprometido junto a membros do Conselho dos CidadAoes a obter do locador e das autoridades locais autorização para instalação de mastro e bandeira brasileira na fachada do edifício, algo que não era possível nas instalações anteriores. A meu pedido, o locador examinou a questão junto a autoridades locais e gentilmente forneceu bandeira que  atende as exigencias locais e arquitetônicas do edifício. Foi ademais colocado na entrada do edifício o escudo fornecido pelo governo brasileiro que, antes, encontrava-se no interior do consulado.

Transferências de diplomatas

De forma contundente, seu artigo afirma ter havido um “desmanche” do Consulado por terem sido transferidos diplomatas que encontravam-se em Boston durante minha gestão. Constato ter sido mantida a mesma lotação do Consulado: um diplomata que se encontrava durante minha gestão retornou a Brasília uma vez terminado seu prazo regulamentar e foi substituído por outro.

Resumo

Em resumo, constato com grande satisfação ter encontrado todas as minhas "promessas" cumpridas. Constato ademais que, durante o ano de 2013 muitas melhoras foram efetuadas tais como : senha única de atendimento para todos os serviços; ampliação do número de janelas para atendimentos; novos equipamentos que agilizarão o atendimento em 2014; redução dos prazos de agendamento de serviços consulares; consulados itinerantes mais freqüentes; e serviços gratuitos de apoio e orientação psicológica. Sobretudo, houve incremento substancial das atividades de assistencia consular. Vários casos delicados e complexos foram objeto de atenção prioritária de diplomatas e funcionários.

Próxima matéria no Hello Brasil

Sua matéria anuncia, ao final, novas críticas na edição da próxima semana. Caso meu nome seja novamente mencionado, espero ter a oportunidade de ser ouvido para esclarecer outros pontos que possam ser levantados. Estarei em Boston até o dia 5 de janeiro e poderei ser alcançado a qualquer momento neste endereço eletrônico.

Fernando Mello Barreto


Resposta do Hello:

Embaixador Fernando Mello Barreto,
Obrigado por seu contato e seu e-mail explicativo.Temos algumas divergências no que diz respeito à matéria publicada pelo Hello, encaro isso com muita  normalidade, e se eu estiver errado terei o maior prazer em corrigir alguma coisa. Trabalho na mídia há 14 anos e procuro ser o mais correto possível dentro do meu entendimento pessoal e profissional.

Tenho muitas reclamações do consulado oriundas da comunidade, e por outro lado tem alguns elogios também. Procuro balançar as denuncias e os elogios, mas tem certas coisas que ficam meio absurdas no contexto.

O consulado melhorou concordo, mas isso não significa que o meu papel na mídia terminou, sou admirador do Sr. como um Diplomata, apesar não poder falar a mesma coisa de todos os outros diplomatas do  consulado de Boston, até por que nem conheço todos. Qualquer um pode ter acesso ao manual consular e verificar o que esta de acordo com as diretrizes do Ministério de Relações Exteriores ou não, fica fácil ver os problemas, e isso não é novidade para minha pessoa e nem para Sr. também. Independentemente disto tenho bom senso, mas às vezes as coisas ficam tão gritantes, que me vejo na obrigação de fazer uma matéria ou outra.

O melhor parâmetro para a comunidade brasileira de Boston, e o consulado mais próximo de Boston, por que podemos vivenciar e analisar os dois, neste caso falo sobre o de Hartford, CI. Embaixador lá o serviço em geral é exemplar, o que não podemos falar o mesmo de Boston. Lá não tem muita desculpa, tem é soluções dos problemas em um curto prazo, e por ai vai. Eu pergunto: E aqui em Boston como é? A resposta o Sr. já sabe; temos poucos funcionários os recursos não são suficientes, Brasília não libera mais dinheiro, etc, e por ai vai.

Os dois são novos, o de Boston e bem maior e mais novo ainda (falo das instalações) os dois prestam o mesmo serviço, os dois têm as mesmas regras de acordo com o manual geral consular, salvo uma ou outra peculariedade local e a zona de atuação que divergem, mas em regra geral é para ser tudo mais ou menos igual, e ai começam as divergências, pois ainda tem inúmeros brasileiros que saem de Boston nos dias de hoje para ir a CI, mesmo depois de o novo consulado estar em pleno funcionamento.

Será por que esta preferência? Para que viajar tudo isso, tendo um órgão do governo aqui ao lado? O que será que lá é mais ético, mais a favor do cidadão brasileiro, ou melhor, do que Boston?

Eu não tenho as respostas, só tenho como um trabalha e lida com publico e como outro trabalha e lida com o publico, e ai coloco os dois pontos de vista. Estamos com sede nova em Boston, mas isso não é o fim, é um novo inicio.

Sei que seu compromisso com Boston já terminou, mas sem dúvida o senhor soube virar no tempo em esteve por aqui, um retrospecto negativo para uma situação confortável do ponto de vista consular e da comunidade local, mas nem todo mundo tem a sua habilidade, por isso continuar o caminho e fazer a diferença para quem ficou, significa mostrar serviço e fazer mais, não se acomodar com o que já foi conquistado, é ai que bicho pega e o Hello entra.
Paulo Monauer

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