Wednesday, September 11, 2013

Brazilian Day in Manhattan


A festa é brasileira, contudo o entorno não pertence mais aos brasileiros

Ir a NY no Brazilian Day, outrora era um sinônimo de local que agregava brasileiros. A emoção de estar lá e de ser uma testemunha não só da festa, mas de vibrar, mesclando orgulho ao fato de ser brasileiro, contudo estas alegrias de outrora está cada vez mais distante. Ao longo dos últimos anos algumas emoções do publico entraram em queda de identidade popular, e continua em queda, ano após ano.

Depois de um Brazilian Day sempre se ouve dizer que tinha um milhão de pessoas ou mais na festa em NY. Na verdade esta utopia e fixação por números de alguns sempre foram para levantar o ego, “sei lá de quem”, da sem duvida maior “festa brasileira pomposa’ fora do Brasil. Entretanto os bombeiros da cidade nunca ratificaram que tinha tanta gente na festa do Brasil nas ruas em que o evento ocorre. Eles contam por metro quadrado, logo, quantas pessoas cabem em cada metro quadrado, depois disto estimam um numero.

Os brasileiros vão à festa, sem duvida, e formam uma grande massa popular na Sexta Avenida, contudo tem muitos brasileiros que já não curtem mais a festa com os mesmos olhos, apesar das renovações de publico a cada ano, pois sempre se agregam mais jovens à folia de rua.

O que era uma festa brasileira de orgulho nacional, emprestado em solo americano, virou uma festa multinacional, uns preferem dizer internacional.

Os brasileiros são a razão e os mentores principais da festa, ‘vão ao evento’, contudo os organizadores perderam o foco nas suas origens, no nosso povo e a na sua cultura, perderam o controle do conteúdo popular da festa. O show musical é nosso, é nacional, 100% brasileiro, palco, música, apresentação, é tudo em português. Também se não fosse a festa estaria totalmente sem vinculo tupiniquim.

Aquela história de saudade do Brasil, é uma coisa de 10 anos atrás, hoje a grande maioria dos brasileiros que vivem aqui tem um transito constante entre o Brasil e USA, só não percebe ou desconhece isso quem não viaja para o Brasil, logo, o papo de artista que vem fazer show aqui para suprir o vazio no coração da nossa população local já não cola mais, o ‘chavão’ precisa de uma renovação.

O que um dia já foi uma festa brasileira, hoje se limita a ser um ‘show de dois artistas brasileiros’ na Sexta Av., ‘aberto ao publico’, com algumas variações. Antigamente era tudo 100% gratuito, hoje já vendem ingressos para aqueles que podem pagar um lugar privilegiado na ‘rua’, ‘camarote em local publico’. É  a turma dos abadas que pagam caro para ter um lugar privilegiado na festa, ao lado do palco.

O entorno da festa, as barraquinhas, a famosa e singular rua Little Brazil, em Manhattan continua símbolo, ícone e orgulho dos brasileiros, contudo no dia da festa já não têm mais nada haver com a nossa cultura. A  festa nacional em solo americano é assinada pela da Rede Globo e por João de Mattos (detentor dos direitos do evento), que colocaram no palco da festa, nos shows, seus olhos nos últimos anos, e estão matando as galinha dos ovos ouro, o ‘andar’ popular pelas ruas. A festa não cresce e visivelmente está estaguinada. Ganhou alguns anéis novos nos dedos como ‘lavagem de rua’, etc., mas não agregou nada mais ao dia a dia do evento. O que um dia poderia ser 10 vezes maior do que já é hoje, se conforma e aceita o que tem hoje, e perde a cada ano mais e mais publico. A festa que era para trazer o Brasil para as ruas de Manhattan, traz só a sua população brasileira, enquanto a sua cultura e culinária estão cada vez mais fora do evento

Não existe um espaço Brasil nas ruas, para a população transeunte conhecer, matar a ‘saudade’, e circular no local como se estivesse dentro do Brasil. Não se vende o Brasil na festa. Se ganha dinheiro com o Brasil, isso sim, e muito diferente. Concordo e acho justo, afinal sem grana nada acontece! Mas por que não vender o Brasil também? O churrasquinho de ‘gato’, sumiu, agora é o ‘Kekab’ de origem mexicano, turco, javanês, e o raio que rolar por lá, menos o nosso churrasco de gato do Brasil. Arroz e feijão, prato típico brasileiro inexiste, pastel nacional, tinha uma ou outra barraquinha por lá. Cachorro quente do Brasil, em pãozinho Frances, com todas aquelas coisas que adoramos, inexiste, moqueca nem pensar, uma picanha na chapa, um salsichão no pãozinho frances, etc. Nada, nada mesmo, uma vergonha, para quem mesmo? Organizadores?

Não tenho nada contra outras etnias ganhar dinheiro na festa do Brasil, mas na nossa festa só dá, chinês, turco, japonês, mexicano, coreano, peruano, árabe, dominicano, etc, etc, e etc. O absurdo é tanto que estas outras etnias totalmente em desconforme com a nossa festa se prestam a vender lençol de cama, tapete turco, e outras porcarias mais em plena Little Brazil, na festa dos brasileiros, no dia do evento.

A cada ano que passa a festa toma um rumo que está levando qualquer pessoa que participa do evento para longe de uma identidade verdadeira do nosso Brasil. O que tinha de Brasil nas ruas? Só o nosso povo e alguns turistas da hora, de momento, o resto foi insignificante. Um fato que precisa ser registrado é que incrivelmente as poucas barraquinhas heróicas que estavam na festa difundindo o Brasil, estavam lotadas de gente, enquanto as outras de outras etnias (não brasileiras) e que já fazem parte do contesto da cidade, já tinham quase nenhuma ou muito pouca procura.

E depois ainda temos que ouvir dos organizadores que quem regulariza, vende os espaços de rua para barracas é prefeitura de NY e que os organizadores (Globo e João), não têm influencia ou poder de decisão nesta situação. Hum...rum, só que há anos atrás nada disto era assim, o que mudou? Os organizadores viraram as costas e perderam a sua influencia com os políticos locais? Afinal esta festa é brasileira ou não, ou será que é só o show é nacional na Sexta Avenida?

Dissabores a parte: O Show Musical foi nota 10 para todos. Globo & João de Mattos, no palco foi só sucesso, Zeca Pagodinho e Gustavo Lima deram conta do recado com sobra, e não se esperava menos do que isso. Parabéns!

 

HBN – Paulo Monauer
Fotos Paulo Monauer
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